Prezados leitores e amigos! Primeiro gostaria de agradecer a vocês por já estarem me lendo (aturando) nessa coluna a 1 ano! Parabéns! A muda já passou e quem fez fez e quem não fez é melhor correr atrás do prejuízo, pois está na hora de prepararmos nossas aves para os torneios que se aproximam. Como sempre gosto de trazer a verdade de um ponto de vista cético e irreverente até vocês, estaremos hoje no nosso artigo abordando um tema muito polêmico que é a calosidade. Então, senta aí e vamos lá!
A calosidade é o resultado da resposta do organismo a uma pressão/injúria contínua. A pele responde a essa pressão ficando mais grossa. O “engrossamento” da pele ajuda no começo, porém no decorrer do tempo acumula-se e torna-se uma irritação. O aumento resulta na elevação da pressão e desconforto.
No atendimento clinico do dia a dia vejo inúmeras aves com calosidades. Mas temos que descobrir a causa disso. Dentre elas temos: os poleiros de madeiras gastos e lisos demais que faz com que a ave escorregue continuamente; poleiros muito grossos para a ave em questão; o pisar (aprumo) errado da ave, a falta de dedos ou unhas tortas que prejudicam a fixação da ave no poleiro e a grande vila que também nos afeta, a obesidade.
Com certeza se sua ave possui calos nos pés ela deve se enquadrar nas causas citadas. Não confundam calosidade com pododermatite que é outra história, muitas vezes os calos evoluem para tal, mas são diferentes. Outro fato interessante é não confundir com Micoplasmose (Mycoplasma synovea) que afeta a articulações das aves aparecendo uma lesão nodular muitas vezes ulcerada nos dedos que muitos falam que foi o mosquito que picou ou foi xixi (é xixi mesmo!) de lagartixa.. Isso não existe!
Voltando ao que interessa. Então Dr é só trocar o poleiro e resolvo meu problema!? Ou piora né?! Nem tudo é poleiro. Mas a colocação de poleiros macios como os emborrachados pretos auxiliam bastante, pois vai ao mínimo deixar mais fofinho para a ave. A higienização e a troca rotineira são necessários, ok. Uma ótima opção para isso são produtos a base de amônia quaternária, que também atuam sobre coccídeos.
Trinca Ferro é o recordista em obesidade que associado a poleiros de madeira liso dão uma combinação ótima para o surgimento de calos e o poleiro emborrachado seria o mais indicado. Curió e bicudos possuem mais defeitos de aprumos e empuleiração, aí nesses casos os frisados ou a colocação de um poleiro mais fino resolve o problema.
Outro fato interessante que percebi é que muitos na roda de trinca colocam o poleiro muito junto da grade (1º espaço). Eu sei que o propósito e disputar com o do lado e tal, mas vejo muitas aves escorregarem e não terminarem o canto. Observe seu passaro na roda para ver se escorrega do poleiro ou não.
Então quer dizer que só o poleiro de borracha serve!? Claro que não. Cada um possui uma indicação que se encaixará melhor para o seu passaro. Para isso procure sempre auxilio veterinário especializado, ok. Já que o intuito é interagir e sempre trazer alguma coisa útil para vocês, e ainda para saber se sua ave precisa ir ao veterinário lanço o desafio do mês.
Peguem seus pássaros na mão (com carinho, pois já finalizaram muda). Coloquem eles de patinha pra cima e observem a sola dos pés (patas) deles. O início do calo fica muito parecido com a foto1 (Trinca Ferro) onde temos uma área levemente rosada indicando um desgaste maior da região. Se sua ave está assim é melhor buscar ajuda. O tempo é curto. E como diria o Impostor do Pânico: Qual será o próximo desafio?! Enviem sugestões de matérias. Despeço-me por aqui e um grande abraço a todos! Até a próxima!